Assistência a população LGBT em uma capital brasileira: o que dizem os Agentes Comunitários de Saúde?
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Palavras-chave

Equidade no Acesso
Política de Saúde
Sexismo
Atenção Primária à Saúde

Como Citar

Guimarães, R. de C. P., Cavadinha, E. T., Mendonça, A. V. M., & Sousa, M. F. (2017). Assistência a população LGBT em uma capital brasileira: o que dizem os Agentes Comunitários de Saúde?. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 11(1), Pág. 121–139. https://doi.org/10.18569/tempus.v11i1.2327

Resumo

O objetivo deste estudo é compreender a percepção dos Agentes Comunitários em Unidades Básicas de Saúde quanto ao atendimento integral da população LGBT. O método utilizado para analisar as entrevistas foi o Discurso do Sujeito Coletivo. Três discursos foram construídos relacionados a três ancoragens distintas que demonstram os seguintes resultados: 1. Minimização do problema, negação do preconceito e compreensão de barreiras como causadas pela própria população LGBT; 2. Negação da existência de barreiras ao acesso e qualidade; e 3. Reconhecimento da existência de preconceitos que funcionam como barreiras e da necessidade de melhor capacitação das equipes. A partir destes resultados foi possível inferir a negação do sexismo e das barreiras simbólicas, incompreensão do sentido de equidade, e o preconceito encarnado nas subjetividades destes profissionais, de forma semelhante ao que já foi encontrado em outros estudos envolvendo preconceitos e saúde, tais como de racismo institucional. No entanto, percebe-se também profissionais sensibilizados para a questão do respeito à diversidade e receptivos a processos formadores para melhor oferta de cuidado integral a população LGBT.
https://doi.org/10.18569/tempus.v11i1.2327
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