Resumo
Este artigo busca compartilhar a experiência do PET-Saúde Indígena, desenvolvido pela Universidade de Brasília no contexto do Ambulatório de Saúde Indígena do Hospital Universitário de Brasília, e refletir sobre as potencialidades e fragilidades presentes no processo de construção de redes interculturais em saúde. As experiências foram analisadas com base em documentos, tais como relatórios, atas de reuniões e demais registros de avaliações e planejamentos realizados durante a implantação, entre agosto de 2013 e maio de 2015. Os resultados indicam que o ambulatório conduziu à construção de novas práticas interculturais de formação e atenção à saúde, pautadas na educação popular, no diálogo de saberes e na gestão compartilhada dos processos, favorecendo a qualificação do acolhimento, atendimento e acompanhamento dos pacientes indígenas encaminhados, bem como a organização de fluxos dentro do HUB e a produção de conhecimentos científicos orientados a partir da perspectiva da interculturalidade.Referências
Brasil. Ministério da Saúde e Ministério da Educação Portaria Interministerial n. 1.802, de
de agosto de 2008. Institui o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde.
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/pri1802_26_08_2008.html
Brasil. Ministério da Saúde. Pró-Saúde e PET-Saúde. 2013. Disponível em: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/folder/pro_saude_pet_saude.pdf
Turato ER. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e
seus objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública, 2005; 39(3): 507-14.
Minayo MCS. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Ciênc. saúde coletiva, 2012;
(3): 621-6.
Funasa. Departamento de Saúde Indígena. Vigilância em saúde indígena: dados e indicadores
selecionados 2010. Brasília: Funasa; 2010.
Santos JG, Nery E, Ashley FSSS, Hoefel MGL. Análise da rede de atenção à saúde do Distrito
Federal: perfil epidemiológico dos pacientes indígenas no HUB. Relatório De Pesquisa PIBIC
Ações Afirmativas UnB, 2013-2014. Brasília; 2014.
Langdon, EJ, Diehl EE. Participação e autonomia nos espaços interculturais de Saúde
Indígena: reflexões a partir do sul do Brasil. Saúde & Sociedade, 2007; 16(2): 19-36.
Freire P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1987.
Freire P. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP;
Freire P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1999.
Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Brasília,
Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Política nacional de atenção à saúde dos povos
indígenas. 2. ed. Brasília; 2002.
Wiik FB. Contato, epidemias e corpo como agentes de transformação: um estudo sobre a
AIDS entre os Índios Xokléng de Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, 2001; 17(2): 397-406.
Perez-Gil L. O sistema médico Yawanáwa e seus especialistas: cura, poder e iniciação
xamânica. Cad. Saúde Pública, 2001; 17(2): 333-44.
Garnelo L, Wright R. Doença, cura e serviços de saúde. Representações, práticas e demandas
Baníwa. Cad. Saúde Pública, 2001; 17(2): 273-84.
Oriá MOB, Ximenes LB, Alves MDS. Madeleine Leininger and the Theory of the Cultural
Care Diversity and Universality: an Historical Overview. Online Braz J Nurs [online] 2005 August;
(2) Disponível em: www.uff.br/nepae/objn402oriaetal.htm
Aparicio-Mena AJ. La antropología aplicada, la medicina tradicional y los sistemas de
cuidado natural de la salud. Una ayuda intercultural para los padecimientos crónicos. Gazeta de
Antropología, 2007: 23: artículo 14. Disponível em: http://hdl.handle.net/10481/6988
Poutignat P, Streiff-Fenart J. Teorias da Etnicidade seguido de Grupos étnicos e suas
Fronteiras de Fredrik Barth. São Paulo: UNESP; 1998.
Japiassu H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago; 1976.
Minayo, MCS. Disciplinaridade, interdisciplinaridade e complexidade. Revista
Emancipação, 2010; 10(2): 435-42.
Paim JS. Modelos assistenciais: reformulando o pensamento e incorporando a proteção e
a promoção da saúde. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/6168/1/Paim%20
JS.%20Texto%20Modelos%20Assistenciais.pdf
Laurell A. La salud-enfermedad como proceso social. Revista Latinoamericana de Salud
México, 1982 (2):7-25.
Breilh J. Precisamos ter um novo viver, com taxas de crescimento menos agressivas,
mas com mais qualidade: entrevista.[03-11-2011]. Radis Comunicação e saúde: Radis na Rede.
Entrevista concedida a Célia Guimarães e Raquel Junia. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.
br/index.php?Area=Entrevista&Num=34
Ceccim RB. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface,
; 9(16): 1618.
Ceccim RB, Feuerwerker LC. Macruz. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o
eixo da integralidade. Cad. Saúde Pública 2004; 20(5): 1400-10.
Meyer DE, Felix J, Vasconcelos MFF. Por uma educação que se movimente como maré e inunde
os cotidianos de serviços de saúde. Interface, 2013; 17(47): 859-71.
Mattos RA. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cad. Saúde Pública,
; 20(5): 1.411-16.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 198/GM, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde
para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e da? outras providências.
Brasília, 2004. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/legislacao/
index.php?p=6333
Mendonca FF; Nunes EFPA. Necessidades e dificuldades de tutores e facilitadores para
implementar a política de educação permanente em saúde em um município de grande porte no
estado do Paraná, Brasil. Interface, 2011; 15(38): 871-82.
Brasil. Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS. 2009. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_estrategica_participasus_2ed.pdf
Severo DO. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o Controle Social do SUS:
concepção do Coletivo Nacional de Saúde. [dissertação]. Programa de Pós-Graduação em Saúde
Pública, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis; 2008.
Pedrosa, JIS. Educação Popular em Saúde: que bicho e? esse? Revista Artículos;1(1):13.
Artigo