Resumo
O objetivo deste trabalho é descrever o Projeto Político-Pedagógico do curso de Gestão em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília e analisar sua implantação a partir de 2010, com foco nas estratégias de integração curricular. Construído coletivamente pelos professores do Departamento de Saúde Coletiva, o ponto de
partida foi a definição do perfil dos egressos: sanitaristas com competências para participar da formulação e gestão de políticas públicas saudáveis de caráter intersetorial na prática dos serviços de saúde, mobilizados pelas condições
de vida da população e pela determinação social da saúde-doença-cuidado, o que implica quebra das fronteiras entre as disciplinas e a articulação
dos processos de ensino-aprendizagem. 1 Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências da Saúde. Universidade de Brasília. mundo do trabalho e à pesquisa. Articulando conteúdos em grau crescente de complexidade por meio de estratégias de integração curricular, o curso está organizado em três unidades que funcionam como matrizes cognitivas que orientam a análise e intervenção sobre a realidade sanitária, mas também a organização curricular. Com base na Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos, as unidades têm por missão analisar as condições de saúde da população, avaliar a estrutura e desempenho do SUS e formular/implantar planos de ação. Algumas disciplinas funcionam como eixos curriculares, articulando o curso vertical e horizontalmente. As atividades práticas seguem a lógica do processo de produção em saúde, com grande esforço no sentido da diversificação dos cenários de aprendizagem, utilizando enfoque epidemiológico e sócio histórico do processo saúde-doençacuidado. Revelou-se fundamental cuidar da profissionalização docente, instituir processo de acompanhamento e avaliação do curso e promover a atuação do corpo docente como um colegiado de curso.