Resumen
Movimentos sociais são formas de ação coletiva mais ou menos permanentes, pautadas por distintos projetos, orientações e significados, empenhados na luta pela igualdade, liberdade e democratização das relações sociais. No campo da Saúde Ambiental, é destacado o papel desses movimentos na construção de uma agenda política, cuja expressão máxima se traduz na organização da I Conferência Nacional de Saúde Ambiental, em dezembro de 2009, na cidade de Brasília. O presente manuscrito apresenta algumas contribuições para a discussão sobre as relações entre os movimentos sociais e a construção de uma
agenda política para o campo da Saúde Ambiental, a partir de uma análise crítica da atuação dos principais grupos envolvidos com o campo no estado do Rio de Janeiro. Através da análise de documentos (relatórios finais, cartas de princípios, documentos síntese, etc.) produzidos em fóruns onde a atuação desses movimentos teve destaque, foi possível observar que a atuação desses movimentos sociais pautou e deu a tônica dos conflitos socioambientais no estado do Rio de Janeiro colocando, de um lado, o Poder Público e as políticas desenvolvimentistas e, de outro, a sociedade e a preocupação com a preservação de recursos naturais e da qualidade do ambiente. Seja no campo, onde se torna cada vez mais urgente a busca por outro tipo de desenvolvimento econômico, ou nas cidades, onde o crescimento desordenado, delimitado por forças motrizes de ordem estritamente econômica, gera diferentes tipos de pressão que alteram o estado do ambiente e colocam um contingente populacional cada vez maior em situação de vulnerabilidade socioambiental, a pauta dos movimentos sociais em torno das questões socioambientais é extensa, e exige uma atenção especial por parte do Poder Público.