Resumen
O presente artigo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico da sífilis em gestante e da sífilis congênita no DF de 2009 a 2018. Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo descritivo, com dados obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Para a análise e elaboração do perfil, foi utilizado o software Microsoft Excel 2013. Considerando-se o período estudado, o maior percentual de casos de sífilis em gestante está entre 20 a 29 anos (74,6%), escolaridade de ? 8 a 11 anos de estudos (32,6%) e raça/cor não branca (57,1%). Quanto aos aspectos clínicos, a idade gestacional possui maiores notificações no primeiro trimestre de gestação (40,6%), maior prevalência da sífilis primária (26,6%) e esquema de tratamento com penicilina (84,1%). As características maternas com bebês notificados foram: sífilis recente (90,6%), as mães realizaram pré-natal (81,0%), diagnóstico materno no pré-natal (60,8%), tratamento materno inadequado (57,4%) e não realizado (30,0%), não realização do tratamento das parcerias (64,4%). Foi detectado um número consideravelmente grande de campos assinalados como ignorados em cada variável destacada. Ainda, os dados revelaram maior notificação de sífilis congênita do que sífilis em gestante entre 2010 a 2014. Salienta-se a importância da formação de qualidade e da educação permanente para os profissionais de saúde, visando à melhoria na qualidade do pré-natal, ao manejo adequado das fases clínicas da sífilis e ao preenchimento adequado das notificações, a fim de fortalecer as ações da vigilância epidemiológica, de maneira a melhorar as informações contidas nas bases de dados e assim subsidiar o planejamento em saúde.
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