Resumen
No Chile, desde o início da seguridade social em saúde sob responsabilidade estatal, em 1924, instalou-se uma crise de legitimidade da proteção social à saúde, porque nunca foi materializado o princípio da universalidade e os diferentes sistemas implantados excluíram a segmentos da população, gerando fragmentação e desigualdades. Serão desenvolvidas idéias sobre a persistente fragmentação classista do sistema de saúde enquanto forma de reprodução social, quase imune às concepções progressistas e à análise crítica de algumas propostas de mudanças estruturais. OBJETIVO: Analisar a evolução sócio-histórica da seguridade social em saúde no Chile, entre 1924 e 2018. METODOLOGIA: Ensaio. CONCLUSÕES: A luta por mudar o paradigma ideológico-hegemônico produz uma trajetória política em ziguezague. O caso chileno mostra poucos avanços e múltiplos retrocessos na garantia do direito à saúde. Observa-se una previdência social fragmentada com multiplicidade de sistemas de saúde; grande desigualdade nos resultados; contradição entre a herança estatista dos primeiros anos do século XX e a profunda neoliberalização da garantia propiciada pela ditadura. A fragmentação clássica dos sistemas de saúde e sua reprodução social, quase impermeável às concepções realmente próximas dos princípios da seguridade social, é o que chamamos de “doença socialmente transmissível”.