Fatores associados à discriminações em estabelecimentos de saúde no Brasil
PDF (Português (Brasil))

Cómo citar

Sousa, J. A., & Rocha, T. M. A. de C. (2025). Fatores associados à discriminações em estabelecimentos de saúde no Brasil. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 15(2). Recuperado a partir de https://tempus.unb.br/index.php/tempus/article/view/2574

Resumen

O presente estudo estimou os fatores associados à discriminação sofridas em estabelecimentos de saúde no Brasil. Estudo Transversal, com dados de 1068 entrevistas entre fevereiro e abril de 2017. A prevalência de discriminação na vida foi de 77,15%, principalmente entre as pessoas que utilizaram o Sistema Único de Saúde 65,65%. Esteve associado positivamente a ter sofrido discriminação, conforme modelo de Poisson com variância robusta: a identidade atual (RP=1,14, IC=1,04;1,25), ter documentos retificados (RP=1,07, IC=1,04;1,11), ser viúva (RP=1,14, IC=1,05;1,23) e ser cafetina (RP=1,13, IC=1,04;1,22). Há alta prevalência de discriminação entre travestis e transexuais, o qual reflete negativamente no acesso aos serviços. Os achados reforçam a necessidade de estratégias de humanizações e capacitações, entre os profissionais, além da educação em saúde.
PDF (Português (Brasil))

Citas

Opas. Organização Pan-Americana da Saúde. Discriminação impede que pessoas LGBT tenham acesso à saúde, alerta OPAS. Disponível em: https://nacoesunidas.org/discriminacao-impede-que-pessoas-lgbt-tenham-acesso-a-saude-alerta-opas/. Acesso em 23 dez.2017.

Baumgarten A, et al. Experiências de discriminação relacionadas aos serviços de saúde: análise exploratória em duas capitais do Sul do Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 2015; 24(3):353-362.

Parker R. Stigma, prejudice and discrimination in global public health. Cad Saude Publica. 2012; 28(1): 164-9.

Sanchez ZVDM, Nappo SA. Sequência de drogas consumidas por usuários de crack e fatores interferentes. Revista Saúde Pública, 2002; 36(4):420-430.

Jimenez L., Adorno RCF. O sexo sem lei, o poder sem rei: sexualidade, gênero e identidade no cotidiano travesti. Cad. Pagu, Campinas, 2009; 33: 343-367.

Reisner S. et al. Global health burden and needs of transgender populations: a review. Lancet. 2016; 388: 412-36.

Neumann MS. et al. Comprehensive HIV Prevention for Transgender Persons. Am J Public Health. 2017; 2: 207-212.

Souza ÉR. de. Papai é homem ou mulher? Questões sobre a parentalidade transgênero no Canadá e a homoparentalidade no Brasil. Revista de Antropologia, São Paulo, 2013; 56(2):397-430.

Souza TS. Desenvolvimento, liberdade e gênero: experiências trans. Revista Direito e Liberdade – RDL –ESMARN, 2017;19(1): 291-319.

Vencato AP. Confusões e estereótipos: o ocultamento de diferenças na ênfase de semelhanças entre transgêneros. In: Cadernos AEL, Campinas, 2003; 10: 18-19.

Pelúcio LM. Travestis, a (re)construção do feminino: gênero, corpo e sexualidade em um espaço ambíguo. Revista Anthropológicas, 2004; 15(1):123-154.

Sousa J.A. Travestis e transexuais no universo das pesquisas científicas. Bagoas-Estudos gays: gêneros e sexualidades, 2016; 10(5):76-100.

São Paulo. Governo do Estado. Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. Cartilha da Diversidade Sexual e Cidadania LGBT. São Paulo: SJDC, 2014.

Bento B. Sexualidade e experiências trans: do hospital à alcova. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2012; 17(10):2655-2664.

Extra Globo. Drag Queen Márcia Pantera é agredida em São Paulo após xingamentos racistas. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/brasil/drag-queen-marcia-pantera-agredida-em-sao-paulo-apos-xingamentos-racistas14386953.html. Acessado em 25/05/2018.

Grossman AH, D’augelli AR. Transgender Youth, Journal of Homosexuality, 2006; 51(1): 111-128.

Costa AB. et al. Healthcare Needs of and Access Barriers for Brazilian Transgender and Gender Diverse People. J Immigrant Minority Health, 2018; 20: 115–123.

Albuquerque GA. et al. Violência psicológica em lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no interior do Ceará, Brasil. Saúde em Debate, 2016; 40(109):100-111, 2016.

Blondeel K. et al. Violence motivated by perception of sexual orientation and gender identity: a systematic review. Bull World Health Organ. 2018; 96: 29–41E.

Pinto TP. et al. Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e fatores associados ao seu uso entre travestis e mulheres transexuais em São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2017; 33(7):e00113316.

Luiz RR, Magnanini MMF. A lógica da determinação do tamanho da amostra em investigações epidemiológicas. Cad Saude Coletiva, 2000; 8: 9-28.

Socias ME, et al. Factors associated with healthcare avoidance among transgender women in Argentina. International Journal for Equity in Health. 2014; 13(1): 81-89.

Cardoso MR, Ferro LF. Saúde e População LGBT: Demandas e Especificidades em Questão. Psicologia: Ciência E Profissão, 2012; 32(3):552-563.

Muller MI, Knauth DR. "Desigualdades no SUS: o caso do atendimento às travestis é ‘babado’!". Cadernos EBRAPE.BR, 2008; 6(2):1-14.

Souza MHT, Malvasi P, Signorelli MC, Pereira PPG. Violência e sofrimento social no itinerário de travestis de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad Saúde Pública. 2015; 31(4):767-76.

Silva GWS, et al. The said and the done: the nurse and the knowing/doing health for transvestites. J Nurs UFPE On line, 2014; 8(10): 3347-5.

Grant J. et al. Injustice at every turn: a report of the national transgender discrimination survey. Washington dc: national centre for transgender equality and national gay and lesbian task force, 2011.

Marin G, et al. Healthcare program for sex workers: a public health priority. 2013; 30(3): 276-284.

Sousa PJDE, Ferreira LOC, Sa JBDE. Estudo descritivo da homofobia e vulnerabilidade ao HIV/Aids das travestis da Região Metropolitana do Recife, Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2013; 18(8): 2239-2251.

Sousa JA, Rocha TMAdeC; Barros C.R.dosS. Prevalência de discriminação na vida, entre Travestis, Transexuais e Transgêneros. Cadernos de Gênero e Diversidade, 2018; 4(1):44-65.

Silva RA. Sufocamento dentro de um armário, pressão longe do mesmo: relato de experiência em uma escola LGBTTT. Cadernos de Gênero e Diversidade, 2016; 2(2): 45-49.

Valentine ND, Duma S. Injustice to transexual women in a hetero-normative. healthcare system. Afr J Prm Health Care Fam Med, 2014; 6(1):1-5.

Guimarães RCP, Cavadinha ET, Mendonça AVM, SOUSA MF. Health assistance of LGBT people in a brazilian capital: what do Community Health Agents say?. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 2017; 11(1): 121-139.

Ornat MJ, Silva JM. Território descontínuo paradoxal, movimento LGBT, prostituição e cafetinagem no sul do Brasil. GEOUSP – Espaço e Tempo (Online), São Paulo, 2014; 18(1):113-128.

Winter S. Lost in transition: transgender people, rights and HIV vulnerability in the Asia-Pacific region. Bangkok: United Nations Development Programme, 2012.

Ornat MJ. Espacialidades travestis e a instituição do território paradoxal. In: SILVA, J.M. (Org.). Geografias subversivas: discursos sobre espaço, gênero e sexualidades. Ponta Grossa: Todapalavra, 2009; 177-210.

Brasil. Política Nacional de DST/Aids: princípios e diretrizes. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 1999.

Saúde Mda. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais. 1.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

Borelli V, Machado A, Dias, MSM. Narrativas jornalísticas e possibilidades de resistência acerca do acontecimento #SomosTodasVerônica: mídia, transfobia e violência. Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, 2017; 16(31): 113-134.

Licciardi N, Waitmann G, Oliveira MHM. A discriminação de mulheres travestis e transexuais no mercado de trabalho. Revista Científica Hermes, 2015; 14: 201-21.

Zucchi EM, Paiva VSF, Junior IF. Intervenções para Reduzir o Estigma da Aids no Brasil: Uma Revisão Crítica. Temas em Psicologia, 2013; 21:1067-1087.

Bós AMG, Bós AJG. Determinantes na escolha entre atendimento de saúde privada e pública por idosos. Rev Saude Publica, 2004; 38(1): 113-120.

Marsiaj JP. Gays ricos e bichas pobres: desenvolvimento, desigualdade socioeconômica e homossexualidade no brasil. Cad. AEL, 2003; 10(18):133-147.

Bradford J. et al. Experiences of Transgender-Related Discrimination and Implications for Health: Results From the Virginia Transgender Health Initiative Study. American Journal of Public Health, 2013; 103(10);1820-1829.

Gouveia GC, et al. Health care users' satisfaction in Brazil, 2003. Cad Saude Publica. 2005; 21(1): 109-18.

Boccolini C.S, et al. Fatores associados à discriminação percebida nos serviços de saúde do Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2016; 21(2):371-378.

Creative Commons License

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.

Derechos de autor 2025 Tempus Actas de Saúde Coletiva