Resumen
Objetivamos discutir as concepções acerca do processo de alta hospitalar, a partir de uma revisão crítica da literatura científica em diálogo com a experiência vivenciada pelas autoras, no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso de um Estado da região Nordeste do Brasil. A busca das produções científicas foi realizada em bases de dados (Scielo; Bireme e PubMed), utilizando os descritores alta hospitalar e alta do paciente, separadamente. Foram encontrados um total de cinquenta e quatro produções, no entanto, vinte artigos nortearam a proposta deste trabalho. Para análise do material, fizemos uma leitura seletiva a qual categorizou e relacionou as produções norteada ao objetivo. Notamos predominância de pesquisas nas áreas de Enfermagem e Medicina, que estão publicadas em revistas das áreas correspondentes, durante o período de 2010 a 2013. Esses estudos, em sua maioria, caracterizam-se como epidemiológicos e descritivos, com utilização de escalas e foram realizados predominantemente no Estado de São Paulo. Identificamos que as mudanças na concepção de alta hospitalar produzem efeitos na maneira de desenvolver as práticas. Ao refletir sobre a literatura científica e nossas práticas, compreendemos a alta como um processo e não apenas, como a saída do paciente do hospital. Por fim, demarcamos que operar com um ou outro conceito, não é apenas uma questão teórica, e sim, o reflexo do modo como nossos saberes produzem formas de intervenção na realidade e de relação com os sujeitos.Citas
Spink MJP. Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano – aproximações teóricas e metodológicas. 1999; São Paulo: Cortez.
Lima TCS, Mioto RCT. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Rev. Katál. Florianópolis. 2007; v. 10 n. esp. p. 37-45.
Vesz PS, Costanzi M, Stolnik D, Dietrich C, Freitas KLC, Silva LA, et al. Aspectos funcionais e psicológicos imediatamente após alta da unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2013; 25(3):218-224.
Padilha KG, Sousa RMC, Silva MCM, Rodrigues AS. Disfunções orgânicas de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva segundo o Logistic Organ Dysfunction System. Rev Esc Enferm USP. 2009; 43(Esp 2):1250-5.
Oliveira AC, Martins MA, Martinho GH, Clemente WT, Lacerdac RA. Estudo comparativo do diagnóstico da infecção do sítio cirúrgico durante e após a internação. Rev Saúde Pública. 2002; 36(6):717-22.
Moreira MSS, Crippa JAS, Zuardia AW. Expectativa de desempenho social de pacientes psiquiátricos internados em hospital geral. Rev Saúde Pública. 2002; 36(6):734-42.
Silva SA, Valácio RA, Botelho FC, Amaral CFS. Fatores de atraso na alta hospitalar em hospitais de ensino. Rev Saúde Pública. 2014; 48(2):314-321.
Araujo TG, Rieder MM, Kutchak FM, Filho JWF. Readmissões e óbitos após a alta da UTI – um desafio da terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2013; 25(1):32-38.
Castro FSF, Peniche ACG, Mendoza IYQ, Couto AT. Temperatura corporal, Índice Aldrete e Kroulik e alta do paciente da Unidade de Recuperação Pós-Anestésica. Rev Esc Enferm USP. 2012; 46(4):872-6.
Miasso AI, Cassiani SHB. Administração de medicamentos: orientação final de enfermagem para a alta hospitalar. Rev Esc Enferm USP. 2003; 39(2):136-44.
Marin MJS, Bazaglia FC, Massarico AR, Silva, CBA, Campos RT, Santos SC. Características sócio-demográficas do atendimento ao idoso após alta hospitalar na Estratégia da Saúde de Família. Rev Esc Enferm USP. 2010; 44(4):962-8.
Cardoso L, Galera SAF. Internação psiquiátrica e a manutenção do tratamento extra-hospitalar. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45(1):87-94.
Nogueira PA. Motivos e tempo de internação e o tipo de saída em hospitais de tuberculose do Estado de São Paulo, Brasil – 1981 a 1995. J Pneumol. 2001; 27(3).
Brasil. Ministério da Saúde. História e Evolução dos Hospitais. Departamento Nacional de Saúde. Divisão de organização hospitalar.1965; Rio de Janeiro, 1944. (Reedição em 1965).
Ganzella M, Fontão Zago MM. A alta hospitalar na avaliação de pacientes e cuidadores: uma revisão integrativa da literatura. Acta Paulista de Enfermagem 2008; v. 21, n. 2, 351-355.
Brasil Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.809, de 7 de dezembro de 2012. Estabelece a organização dos Cuidados Prolongados para retaguarda à Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e às demais Redes Temáticas de Atenção à Saúde no âmbito do SistemaÚnico de Saúde (SUS). 2012.
Araújo FSR. O planejamento da alta hospitalar pelo enfermeiro aos clientes das unidades clínicas & cirúrgicas: perspectiva da complexidade em saúde numa atitude transdisciplinar [dissertação]. Niterói: Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa - Universidade Federal Fluminense; 2012.
Reis PGTA, Nakakogue C, Nakakogue T, Nasr A, Tomasich FDS, Collaço IA. Orientações de alta: cartões padronizados ajudam na compreensão dos pacientes do pronto socorro? Rev. Col. Bras. 2013; Cir. 40(4): 335-341.
Suzuki VF, Carmona EV, Lima, MHM. Planejamento da alta hospitalar do paciente diabético: construção de uma proposta. Revista da Escola de Enfermagem USP. 2011; v. 45, n. 2, 527-32.
Feuerwerker LCM, Cecílio LCO. O hospital e a formação em saúde: desafios atuais.
Ciência & Saúde Coletiva. 2007; 12 (4): 965-971.
Mata LRF, Napoleão AA. Intervenções de enfermagem para alta de paciente prostatectomizado: revisão integrativa. Acta Paul Enferm. 2010; 23(4):574-9.
Teixeira JPDS, Rodrigues MCS, Machado VB. Educação do paciente sobre regime terapêutico medicamentoso no processo de alta hospitalar: uma revisão integrativa. Rev Gaúcha Enferm. 2012; Porto Alegre (RS); 33(2):186-196.
Paiva RS, Valadares GV. Vivenciando o conjunto de circunstâncias que influenciam na significação da alta hospitalar: estudo de enfermagem. Esc Anna Nery (impr.). 2013; abr - jun; 17 (2):249-255.
Foucault M. Nietzsche, a genealogia e a história. In: M. Foucault. Microfísica do poder (pp. 15-37). São Paulo: Graal; 1979.
CREMESP. Cadernos Cremesp - Ética em ginecologia e obstetrícia / Cristião Fernando Rosas (coord.). 2004; 3ª ed. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.
Conselho Federal de Serviço Social Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde. 2010; Série: Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Públicas. Maria Inês Souza Bravo (coord.). Brasília.