Abstract
Este pequeno ensaio busca explorar as habilidades e as competências dos egressos dos recém-criados cursos de graduação de Saúde Coletiva no Brasil, partindo de uma leitura pouco convencional de promoção da saúde. Para tanto, tomando de saída, a particularidade ou pretensão “transdisciplinar” dos referidos cursos de graduação, nos dispomos a pensar o Sanitarista tanto como profissional diferenciado e ainda em construção, como também aquele que pode realizar a metacrítica do campo da saúde. Se assim pensada a figura o respectivo profissional, sua prática também parece poder sê-lo, quando, em razão de sua formação em Ciências Sociais (Antropologia/Sociologia), desponta como aquele que produz a promoção da saúde sem necessariamente pensá-la como intervenção direta e muitas vezes etnocêntrica, mas como o ator que, ao pesquisar significados, concepções e representações sociais, pode construir pontes, pensar diálogos e contribuir para a tradução e outros olhares sobre corpo, saberes, práticas de cuidado e políticas públicas. Não sem dilemas e tensões, figuraria, portanto, como o profissional de saúde que compreende processos e mapeia situações antes de agir ou que nem mesmo age, mas que, ao pesquisar, “observa, escuta e descreve”, em nome da comunicação e de leituras de mundos menos avessas às caixas disciplinares da ciência moderna.