Abstract
Antes da sua criação do SUS a assistência à saúde no país tinha estreita vinculação com as atividades previdenciárias e, por ser um sistema contributivo, gerava, em termos de acesso aos serviços de saúde, uma divisão da população brasileira em dois grandes grupos (além da pequena parcela da população que podia pagar os serviços de saúde por sua própria conta): previdenciários e não previdenciários. A criação do SUS abriu caminho para a superação dessas desigualdades. Porém, essa mudança não ocorreu, nem poderia, da noite para o dia. Ao contrário, nesses 20 anos as dificuldades têm sido uma constante, desde a grave crise de financiamento que ocorreu no início dos anos 90 e que de algum modo permanece ainda hoje, até o desafio de instituir um radical processo de descentralização num país com tantas diferenças e desigualdades.