Abstract
Construir efetivamente um sistema público de saúde universal, integral e equânime, de acordo com o que foi definido na Constituinte para o SUS, exige dos gestores e trabalhadores grandes esforços no campo da organização dos serviços e da formação profissional. O Ministério da Saúde, em 2003, instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, como estratégia para a formação e desenvolvimento de trabalhadores para o setor, tendo criado desde então inúmeros projetos com o objetivo de, por meio do processo educativo dos trabalhadores em saúde, possibilitarem a reorientação do modelo assistencial em saúde. A efetivação de todos esses projetos e programas exige, contudo, que seja redesenhada a estrutura da formação no campo da saúde de uma forma mais profunda e abrangente. A proposta da criação de Sistemas de Saúde Escola insere-se nesse contexto. A idéiaforça de um Sistema de Saúde Escola (SSE) é criar uma Estratégia de Educação Permanente em parceria com as instituições de ensino, organizações não governamentais e movimentos populares, transformando toda a rede de serviços de saúde existente em um determinado território político-administrativo em espaços de educação contextualizada e de desenvolvimento profissional. O presente artigo discute ainda a dimensão pedagógica e as diretrizes de um Sistema de Saúde Escola, bem como as implicações da ordenação na formação de recursos humanos para o SUS.