Abstract
O artigo apoia-se em bibliografia sobre o tema, na experiência docente no Ensino Superior e na produção discente de Trabalhos de Conclusão de Curso de Serviço Social da UFPI sobre o campo da Saúde Mental nos anos 1991-2016. O estudo analisa a questão da formação nesse campo de saber e de intervenção, considerando os aspectos inerentes ao trabalho na Saúde Mental, o arcabouço legal do Sistema Único de Saúde (SUS) relativo à produção do cuidado à pessoa com transtorno mental, as interfaces com as diversas políticas sociais indispensáveis à defesa da vida num espaço de trabalho, necessariamente coletivo, que precisa ser sinérgico. A experiência de vida dessa população tende a ser profundamente marcada pela desigualdade no acesso aos bens materiais, culturais e ao cuidado com a vida. A discussão é apresentada em três partes, no primeiro momento, discutimos os marcos conceituais e legais presentes na história recente desta Política no Brasil e em Teresina. Em seguida, confrontam-se as análises da produção dos formandos sobre esse campo de saber. Por último, destacam-se as narrativas na sua relação com os dispositivos de cuidado e as políticas sociais existentes no decorrer do tempo, visando discutir como o processo de compreensão do território, das políticas sociais e dos horizontes do cuidado destes dispositivos comunitários substitutivos ao hospital psiquiátrico, pode impactar e retroalimentar o processo de formação, abrindo espaço para uma compreensão ampliada do valor do trabalho coletivo em consonância com as necessidades de saúde e com as necessidades sociais desta população.