Abstract
As Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) são, hoje, a principal porta de entrada na Rede de Atenção à Saúde. Nas UAPS, a Estratégia Saúde da Família propõe ações pautadas pelo trabalho interdisciplinar como ferramenta para o redirecionamento das práticas em saúde. O Apoio Matricial, realizado nas UAPS entre as Equipes de Saúde da Família e o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), tem buscado o fortalecimento de práticas de cuidado interdisciplinares. Contudo, a consolidação dessas práticas ainda encontra desafios. Este estudo apresenta uma pesquisa realizada durante a Residência Multiprofissional em Saúde da Família em Betim/MG. Essa pesquisa buscou conhecer os limites e os desafios do Apoio Matricial em uma UAPS desse município. A pesquisa utilizou o grupo focal para a produção de dados empíricos. A análise dos dados, realizada pela Análise de Conteúdo, mostrou que o Apoio Matricial tem permitido o encontro de saberes em saúde, a construção do trabalho compartilhado e a redução da sobrecarga de trabalho. Porém, as práticas e os discursos dos profissionais ainda têm forte influência do modelo biomédico. Observou-se ainda um desencontro entre a expectativa dos usuários e a conduta pensada pelo serviço, evidenciando fragilidade no vínculo trabalhador-usuário. A pesquisa revelou, ademais, divergências entre os profissionais acerca da dinâmica de funcionamento do Apoio Matricial.
References
BRASIL. Ministério da Saúde. Residência multiprofissional em saúde: experiências, avanços e desafios. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BOURDIEU, P. A miséria do mundo. São Paulo, Vozes, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília, 2012, p.53.
CAMPOS, G.W. de S.; CUNHA, G.T. Apoio matricial e atenção primária em saúde. Saúde Soc, 20(4), p.961-970, 2011.
CHIAVERINI, D.H. et al. Guia prático de matriciamento em Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde, Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011, p.13.
CAMPOS, G. W. de S. Equipes de referência e apoio especializado matricial: um ensaio sobre a reorganização do trabalho em saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 4(2), p. 393-403, 1999.
CAMPOS, G.W. de S.; DOMITTI, A.C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saude Publica, 23(2), p.399-407, 2007.
FIGUEIREDO, M. D. Saúde mental na atenção básica: um estudo hermenêutico-narrativo sobre o Apoio Matricial na rede SUS-Campinas(SP). 2005. 168 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2005.
DIMENSTEIN, M. D. B. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estud. psicol. vol n.1, p.53-81,1998.
HIRDES, A; SILVA, M. K. R. Apoio matricial: um caminho para a integração saúde mental e atenção primária. Saúde debate. Vol.38, n.102, pp.582-592, 2014.
BEZERRA, E; DIMENSTEIN, M. Os CAPS e o trabalho em rede: tecendo o apoio matricial na atenção básica. Psicol. cienc. prof. [online]. vol.28, n.3, pp. 632-645, 2008.
FIGUEIREDO, M. D. Saúde mental na atenção básica: um estudo hermenêutico-narrativo sobre o Apoio Matricial na rede SUS-Campinas(SP). 2005. 168 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2005, p.47.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação de saúde mental e coordenação da Atenção Básica. Saúde mental e Atenção Básica: o vínculo e o diálogo necessários, 2003.
ALBANESI, C. I Focus Groups. (2a ed). Roma: Crocci editore, 2012.
BARDIN, L. Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70, 2006.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec, 1999.
FREIRE, F. H. M. A. O sistema de alocação de recursos do SUS aos centros de atenção psicossocial: implicações com a proposta de atuação dos serviços substitutivos. 2004. 156 f. Dissertação (Mestrado). Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004.
FREIRE, F. H. M. A. O sistema de alocação de recursos do SUS aos centros de atenção psicossocial: implicações com a proposta de atuação dos serviços substitutivos. 2004. 156 f. Dissertação (Mestrado). Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2004, p. 25.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 56 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p.94.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 56 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
DIMENSTEIN, M. D. B. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estud. psicol. vol n.1, p.53-81,1998, p.76.
FIGUEIREDO, M. D. Saúde mental na atenção básica: um estudo hermenêutico-narrativo sobre o Apoio Matricial na rede SUS-Campinas(SP). 2005. 168 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2005, p.47.
CAMPOS, G.W. de S.; CUNHA, G.T. Apoio matricial e atenção primária em saúde. Saúde Soc, 20(4), p.961-970, 2011.
BRASIL. Portaria GM n. 154, de 24 de Janeiro de 2008. Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF. Diário Oficial da União, Brasília, 04 de Março, Seção 43, p. 38, 2008, p.02.