Perfil de estudantes acompanhados por um serviço de educação inclusiva do sertão baiano
PDF (Português (Brasil))
PDF

How to Cite

Pio, I. D. S. L., & Nunes, D. M. (2018). Perfil de estudantes acompanhados por um serviço de educação inclusiva do sertão baiano. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 11(3), Pág. 115–129. https://doi.org/10.18569/tempus.v11i3.2008

Abstract

Buscou-se conhecer o perfil clínico-epidemiológico de alunos com problemas de aprendizagem e/ou comportamento acompanhados pelo Núcleo de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação e Esportes (NEI/SEDUC) de Juazeiro-BA. Analisaram-se também as concepções dos familiares sobre o diagnóstico e tratamento destas condições. Realizou-se a pesquisa em duas etapas. Primeiramente coletaram-se os dados dos estudantes através das fichas cadastrais preenchidas pelos profissionais do Núcleo. Na segunda fase, realizou-se uma entrevista semiestruturada com 04 cuidadores de alunos que possuíam suspeita ou diagnóstico de pelo menos um dos transtornos identificado na primeira fase. Foram analisadas 62 fichas, detectando-se maioria masculina (71,12%) e idade média de 13,71 ± 7,59 anos. Os estudantes residiam majoritariamente na zona urbana. A metade dos alunos não possuía diagnóstico concluído e um terço não realizava acompanhamento médico. Os problemas mais citados foram Transtorno do Desenvolvimento das Habilidades Escolares (22,6%), Retardo Mental Moderado (8,1%), TDAH (4,8%) e Dislexia (4,8%). O uso de medicamentos ocorreu em 43,6% dos alunos com maior frequência de antipsicóticos (40%) e antiepilépticos (34,29%). As entrevistas apontaram questões importantes para o diagnóstico, como a fala, a baixa interação social e o desempenho escolar. O destaque para o setor da Atenção Primária como partida no itinerário terapêutico demonstra seu potencial reestruturador das atividades do Sistema Único de Saúde. Esse estudo traz subsídios para construção de estratégias intersetoriais para a saúde e educação municipal.
https://doi.org/10.18569/tempus.v11i3.2008
PDF (Português (Brasil))
PDF

References

Lima RF, Mello RJL, Massoni I, Ciasca SM. Dificuldades de aprendizagem: queixas escolares e diagnósticos em um serviço de neurologia infantil. Rev Neurociências. 2006);14(4):185-90.

Conselho Regional de Psicologia de São Paulo; Grupo Interinstitucional Queixa Escolar. Medicalização de crianças e adolescentes: conflitos silenciados pela redução de questões sociais a doença de indivíduos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011

Delfini PSDS, Dombi-Barbosa C, Fonseca FLD, Tavares CM, Reis AOA. Perfil dos usuários de um centro de atenção Psicossocial infanto-juvenil da grande São Paulo, Brasil. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2009; 19(2): 226-236.

Meira MEM. Para uma crítica da medicalização na educação. Psicol Esc Educ. 2012 16(1): 136-142. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572012000100014

Brzozowski FS, Caponi SNC. Medicalização dos desvios de comportamento na infância: aspectos positivos e negativos. Psicol cienc prof. 2013; 33(1): 208-22.

Zucoloto PCSV, Patto MHS. O médico higienista na escola: as origens históricas da medicalização do fracasso escolar. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2007; 17(1): 136-145.

Odeh MM. O atendimento educacional para crianças com deficiências no hemisfério sul e a integração não planejada: implicações para as propostas de integração escolar. Rev. bras. educ. espec. 2000; 1(6); 27-42.

Barbosa VBA, Ferreira MLSM, Barbosa PMK. Educação permanente em saúde: uma estratégia para a formação dos agentes comunitários de saúde. Rev Gaúcha Enferm. 2012; 33(1): 56-63.

Mattos P. No mundo da lua: Perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Casa Leitura Médica, 2010. ISBN: 9788564828001.

Santos DN, Carvalho MM, Pinho MA, Nunes APR. Atendimento em psiquiatria da infância e adolescência em serviços públicos de Salvador. RBSP. 2005; v.29 n.1, p.35-42.

Delvan JS, Portes JRM, Cunha MP, Menezes M, Legal, EJ. Crianças que utilizam os serviços de saúde mental: caracterização da população em uma cidade do sul do Brasil. Rev Bras Cresc e Desenv Hum. 2010; 20(2): 228-237.

Pinheiro RS, Viacava, F, Travassos, C, Brito, AS. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciênc. saúde coletiva. 2002; 7(4): 687-707. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232002000400007.

Bahia. Secretaria Estadual de Saúde. Resolução CIB nº 275/2012. Aprova as regiões de saúde do Estado da Bahia e a instituição das Comissões Intergestores Regionais. Diário Oficial do Estado da Bahia, Salvador, 2012.

Bahia, Secretaria Estadual de Saúde. Regiões de saúde do estado da Bahia 2007 a 2013. Bahia: Diretoria de Modernização Administrativa [atualizado em 2016 may 12}. disponível em: http://www1.saude.ba.gov.br/mapa_bahia/indexch.asp

Fontana RS, Vasconcelos MM, Werner Jr. J, Góes FV, Liberal EF. Prevalência de TDAH em quatro escolas públicas brasileiras. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2007 ; 65(1): 134-137.DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2007000100027.

Dal Pizzol TS, Branco MMN, Carvalho RMA, Pasqualotti A, Maciel EM, Migotti AMB. Uso não-médico de medicamentos entre escolares. Cad Saúde Pública. 2006; 22 (1): 109-115.

Tavares BF, Beria JU, Lima MS. Prevalência do uso de drogas e desempenho escolar entre adolescentes. Rev Saúde Pública. 2001; 35 (2);150-158. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102001000200008.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária (BR). Portaria nº 344: Regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Brasília, DF, maio,1998, 29p.

Brasil HHA, Belisario Filho JF. Psicofarmacoterapia. Rev Bras Psiquiatr. 2000; 22(Supl II): S42-47. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600012.

Boarini ML, Borges RF. Hiperatividade, higiene mental, psicotrópicos: enigmas da caixa de Pandora. Maringá, PR: EDUEM, 2009. ISBN: 978-85-7628-211-2.

Brasil. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Centro Brasileiro De Informações Sobre Drogas Psicotrópicas. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras – 2010. Brasília, 2010, 503p. ISBN: 978-85-60662-63-0.

Cardoso L, Galera SAF. Adesão ao tratamento psicofarmacológico. Acta Paul Enferm. 2006; 19 (3); 343-8. DOI: 10.1590/S0103-21002006000300015.Klin A. Autismo e síndrome de Asperger. Rev Bras Psiquiatr. 2006; 28(Supl I); S3-11.

Goulart BNGD, Lucchesi MC, Chiari BM. A unidade básica de saúde como espaço lúdico para educação e promoção da saúde infantil – Relato de experiência. Rev. Bras. Cresc. e Desenv. Hum. 2010; 20(3): 757-761.

Santos, PL. Problemas de saúde mental de crianças e adolescentes atendidos em um serviço público de psicologia infantil. Psicol Estud. 2006; 11(2); 315-321.

Onocko-Campos RT, Furtado JP. Entre a saúde coletiva e a saúde mental: um instrumental metodológico para avaliação da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde. Cad Saúde Pública. 2006; 22(22): 1053-1062.

Glat R, Fernandes EM. Da educação segregada à educação inclusiva: uma breve reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da Educação Especial Brasileira. Revista Inclusão. 2005; 1(1): 35-39.