Quando o preconceito marca mais que a doença.
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Como Citar

Palmeira, I. P., Queiroz, A. B. A., & Ferreira, M. A. (2014). Quando o preconceito marca mais que a doença. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 8(3), Pág. 53–66. https://doi.org/10.18569/tempus.v8i3.1563

Resumo

Objetivou-se identificar e analisar as representações sociais do contágio da hanseníase por mulheres com o corpo alterado por esta doença, e suas conseqüências para a vida sócio-familiar. Pesquisa qualitativa e descritiva, com aplicação da teoria das representações sociais. Participaram quarenta e três mulheres atendidas em uma Unidade de Referência Especializada em dermatologia sanitária. Realizou-se entrevista individual e observação sistemática. Realizou-se análise lexical, através do software ALCESTE. Os resultados evidenciam representações sobre o contágio da hanseníase remetendo à lepra, ao preconceito e ao confinamento nas colônias, inclusive com separação de utensílios domésticos. Conclui-se sobre a importância da desconstrução destas representações, considerando a subjetividade pelo acesso à história dos sujeitos o qual possibilita entender os significados que estes atribuem ao adoecimento e suas implicações relacionadas ao estigma da hanseníase.
https://doi.org/10.18569/tempus.v8i3.1563
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