Abstract
O perfil da morbidade de crianças menores de cinco anos é considerado um parâmetro para o estabelecimento das necessidades de saúde da população e as taxas e causas de internação são importantes indicadores da qualidade da assistência oferecida. Neste trabalho são apresentadas algumas características das hospitalizações de crianças menores de cinco anos de etnia Guarani residentes no Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul, Rio Grande do Sul (DSEI_Litoral Sul/RS) nos anos 2003 a 2007. Foram detectados problemas de registro e de continuidade da assistência. Houve maior número de internações nos meses de verão e inverno nos anos 2004 a 2006, anos que tiveram melhor qualidade de registro. As crianças Guarani internaram até cinco vezes mais que as crianças residentes dos municípios onde estão localizadas as aldeias, evidenciando a desigualdade em saúde que ainda atinge as populações indígenas. Há necessidade de construir rotinas para qualificação das causas de internação e criar mecanismos de manutenção de equipes de saúde atuando de forma continua. Além disso, para promoção da saúde da criança indígena, e a redução no número de internações hospitalares, há necessidade de intervenções coletivas culturalmente traduzidas e pactuadas com a comunidade.