Abstract
O presente artigo busca discutir a relação entre os efeitos das desigualdades – raciais étnicas, de gênero e socioeconômicas – sobre as condições de vida e saúde das famílias negras, e, por conseguinte, a relação destas circunstâncias com o acesso ao saneamento básico - considerado um direito sanitário – deste segmento populacional no Brasil. Na primeira parte do artigo, abordamos a questão da desigualdade racial/étnica e sua intersecção com as desigualdades de gênero, e socioeconômicas, como um aspecto limitador do acesso a melhores condições de vida e saúde e aos bens e serviços que garantem estes direitos. E na segunda parte tentamos demonstrar a relação entre o acesso precário à infraestrutura de saneamento básico adequada (ou a inexistência deste provimento) e as condições de desigualdades enfrentadas pelas famílias negras, e que trazem como resultados agravos para a saúde das famílias negras pobres, comprometendo sua qualidade de vida. E por fim, concluímos trazendo uma reflexão acerca do SUS – Sistema Único de Saúde frente as questões apresentadas acerca das condições de desigualdades vivenciadas pelas famílias negras pobres no país.