Abstract
Introdução: o uso dos serviços de saúde por parte de lésbicas, gays, travestis, bissexuais, transsexuais e transgêneros (LGBTTT) é um tema pouco explorado. Nesta pesquisa buscou-se conhecer as dificuldades
que estão vivenciando homens que fazem sexo com homens (HSH) no uso desses serviços enfatizando suas vivências e percepções sobre: (1) saúde, AIDS, homossexualidade e cidadania; (2) serviços públicos de saúde enfatizando aspectos de acolhimento, qualidade
e humanização do serviço; (3) prevenção do HIV / AIDS; (4) discriminação e violência; (5) participação em grupos organizados. Métodos: Foram realizados dois grupos focais; um com adolescentes e um outro com adultos convidados a participar em local de reunião público em Brasília. A análise foi norteada pela teoria das representações sociais e pela hermenêutica dialética. Resultados: as percepções da maioria dos informantes de ambos os grupos foram negativas em relação ao SUS. A qualidade da assistência foi percebida como precária e desumanizada faltando preparo dos profissionais de saúde para lidarem com HSH. O acesso ao preservativo foi restrito pela falta de fornecimento ou pela necessidade de participar de atividades de planejamento familiar. Houve relatos de violência institucional. A realização do teste para HIV nem sempre contou com o aconselhamento pré e pós-teste. Conclusão: Ressalta-se a necessidade de sensibilizar e
treinar os profissionais de saúde no sentido de lidarem com necessidades específicas
do segmento LGBTTT e com a diversidade
cultural e sexual na comunidade. Enfatizase
na re-orientação das práticas de educação
em saúde para redução da vulnerabilidade de
LGBTTT.