ATENÇÃO BÁSICA E TRATAMENTO PRECOCE CONTRA A COVID-19 NO BRASIL
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Palavras-chave

Fluoridation. Public Health Surveillance. Education, Public Health Professional. Health Human Resource Training. Fluoruración. Vigilancia en Salud Pública. Educación en Salud Pública Profesional. Capacitación de Recursos Humanos en Salud. Fluoretação. Vigilância em Saúde Pública. Educação Profissional em Saúde Pública. Capacitação de Recursos Humanos em Saúde

Como Citar

Montenegro de Lima, C. R., & Ribeiro de Moraes, D. . (2024). ATENÇÃO BÁSICA E TRATAMENTO PRECOCE CONTRA A COVID-19 NO BRASIL: DESORGANIZAÇÃO DO SUS, ENTRE O CHARLATANISMO E NEGACIONISMO ENGAJADO E AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E BOAS PRÁTICAS TERAPÊUTICAS. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 15(4), 95–112. https://doi.org/10.18569/tempus.v14i4.2890

Resumo

Neste artigo, discute-se o uso do denominado “tratamento precoce” contra a COVID-19 durante o primeiro ano da pandemia no Brasil. Esse procedimento é analisado no contexto da crise da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). É nele que emerge o charlatanismo engajado, que ignora e despreza as evidências científicas e as boas práticas terapêuticas. A discussão se inicia com o destaque da desorganização deliberada da atenção básica do SUS feita pelo governo federal de Jair Bolsonaro. É durante esse processo que a pandemia chega. Entre os efeitos da ação bolsonarista está a desmobilização das equipes de saúde da família. Assim, a orientação do Ministério da Saúde foca apenas o isolamento social e a terapia dos casos graves em hospitais e nas unidades de terapia intensiva. Na evolução da pandemia, cria-se um conflito artificial entre proteção da saúde e retomada da produção. À medida que a pandemia avança, evidencia-se a lacuna da atenção básica. É nesse espaço que surgem usos de medicamentos “fora da bula”, destacando-se a cloroquina, a azitromicina e a ivermectina. Deve-se mencionar que parcela importante da corporação médica e de suas entidades adere à tese bolsonarista. Finalmente, inclui-se a defesa do “tratamento precoce” por Bolsonaro como parte da sua estratégia de polarização política e mobilização da sua base social em torno de notícias fraudulentas e da negação da ciência. A retórica bolsonarista tem a função específica de desprezar a doença e a necessidade de medidas de prevenção, o que contribui para aumentar a incidência e a letalidade.

https://doi.org/10.18569/tempus.v14i4.2890
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