Resumo
Este trabalho caracteriza a situação do uso do crack no Centro de Atenção Psicossocial de álcool e drogas (CAPSad) do Distrito Federal, assim como acesso, formas de uso, perfil sociodemográfico, socioeconômico e sociocultural sob perspectiva do próprio usuário. Foram entrevistados 100 indivíduos, cada participante submeteu-se a responder um questionário durante os meses de fevereiro a maio de 2011. O perfil predominante do usuário de crack foi homem, jovem, solteiro, médio nível de escolaridade e média classe socioeconômica dentre os que apresentam vínculo empregatício. O acesso a crack é simples e fácil, condicionado a estratégias de mercado (crack delivery). A forma de uso mais utilizada é lata de alumínio. Foram identificadas técnicas de consumo shotgun, mesclado (crack e maconha) entre os indivíduos estudados. No entanto, é necessária maior conscientização das autoridades públicas competentes na atualização de programas de intervenção e controle do crack no Distrito Federal.Referências
Dackis CA, O’Brien CP. Cocaine dependence: a disease of the brain’s reward centers. J Subst Abuse Treat. 2001;21:111-7.
Zeni TC; Araújo RB. O relaxamento respiratório no manejo do craving e dos sintomas de ansiedade em dependents de crack. Revista Psiquiatria Rio Grande Sul. 2008, 31(2): 116-119; 2009.
Leite MC, Andrade AG. Cocaína e Crack dos Fundamentos ao Tratamento. Porto Alegre: Artemed; 1999.
Uchôa M A. Crack o Caminho das Pedras. São Paulo: Ática; 1996.
Ribeiro JM, Moreira, MR, Bastos FI, Inglez-Dias, A, Fernandes FMB. Access to treatment for those with alcohol, crack or other drug dependency problems – a case in the municipality of Rio de Janeiro, Brazil. Ciência & Saúde Coletiva , 2016 Jan; 21(1): 71-81.
Serrano IA, Secchi JZ. Condições para a busca de reconhecimento legal dos programas de redução de danos e distribuição de cachimbos para dependentes de crack. Novos Estudos Jurídicos. 2007 Jul.- Dez.; 12(2): 267-275.
Nappo SA, Galduróz JC, Noto AR. Crack use in São Paulo. Substance Use Misuse. 1996; 31(4): 565-579.
United Nations Office On Drugs and Crime. World Drug Report. New York: Nações Unidas; 2016.
Lima MZ, Rodrigues Neto EM, Coelho MO, Marques LARV, Lotif MAL. Percepção do cuidado em saúde no CAPSad: uma visão do paciente. Saúde Santa Maria. 2015; 41(1): 239-248.
Ferreira Filho OF, Turchi MD, Laranjeira R, Castelo A. Perfil Sociodemográfico e de Padrões de Uso entre Dependentes de Cocaína Hospitalizados. Rev. Saúde Pública. 2003 Jul; 37(6): 751-759.
Guimarães CF, Santos DVV, Freitas RC, Araujo RB. Perfil do usuário de crack e fatores relacionados à criminalidade em unidade de internação para desintoxicação no Hospital Psiquiátrico São Pedro de Porto Alegre (RS). Rev. Psiquiatr do RS. 2008 Set; 30(2): 101-108.
Minayo MCS, Sanches O. Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou complementaridade? Caderno Saúde Pública. 1993; 9(3): 239-262.
Sanders P. Phenomenology: a new way of viewing organizational research. Academy of management review. 1982; 7(3): 353-360.
Costa JPM, Barros MF, Bongiolo AM, Perry IDS, Silva MA. Estudo Nutricional e Consumo Alimentar de usuários de crack de um município do litoral norte do estado do Rio Grande do Sul. Revista Inova Saúde, 2016 Jul; 5(1):100-116.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Oliveira LG, Nappo SA. Crack na cidade de São Paulo: acessibilidade, estratégias de mercado e formas de uso. Revista de Psiquiatria Clínica. 2008a; 35(6): 212-218.
Nappo SA, Sanchez ZVDM, Oliveira LG, Santos AS, Junior Coradete J, Pacca JCB, Lacks V. Comportamento de Risco de Mulheres Usuárias de Crack em relação ás DST/AIDS. São Paulo: CEBRID; 2004.
Sanchez ZM, Nappo SA. Sequência de drogas consumidas por usuários de crack e fatores interferentes. Revista Saúde Pública. 2002; 36 (4): 420-430.
Parry CDH, Pluddemann A, Myers BJ. Cocaine treatment admissions at three sentinel sites in South Africa (1997-2006): findings and implications for policy practice and research. Substance Abuse Treatment Prevention and Policy. 2007; 2(37).
Carvalho MRS, Silva JRS, Gomes NP, Andrade MS, Oliveira JF, Souza MRR. Motivações e repercussões do consumo de crack: o discurso coletivo de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial. Esc Anna Nery. 2017;21(3):e20160178
Oliveira LG, Nappo SA. Caracterização da cultura de crack na cidade de São Paulo: padrão de uso controlado. Revista Saúde Pública. 2008b; 42 (4): 664-671.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [homepage na internet]. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil [acesso em 29 out 2017]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/pt/noticias-censo?busca=1&id=1&idnoticia=2759&view=noticia
Distrito Federal. Secretária de Estado de Saúde do Distrito Federal [homepage na internet]. Diretoria de Saúde Mental-DISAM [acesso em 3 jun 2017]. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/images/Programas/2017/Listaservicos_abrangencia_contato_17042017.pdf.
Dunn J, Ferri CP. The price of crack in São Paulo, Brazil. Addiction.1998; 93(2): 287-288.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [homepage na internet]. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil [acesso em 29 out 2017]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/noticias-censo?id=3&idnoticia=2170&view=noticia
Kandel D, Yamaguchi K. From beer to crack: Developmental patterns of drug involvement. American Journal of Public Health. 1993;83:851–855.
Lai S, Lai H, Page JB, McCoy CB. The association between cigarette smoking and drug abuse in the United States. J Addict Dis. 2000;19(4):11–24.
Seibel SD. Dependência de Drogas. São Paulo: Atheneu; 2010.1191p.
Strathdee SA, Sherman SG. The role of sexual transmission of HIV infection among injection and non-injection drug users. Journal of Urban Health. 2003;80:7–14.
Inciardi JA, Surratt HL. Drug use, street crime, and sex-trading among cocaine-dependent women: implications for public health and criminal justice policy. Journal of psychoactive drugs. 2001;33(4):379–389.
Maranda MJ, Han C, Rainone GA. Crack cocaine and sex. Journal of Psychoactive Drugs. 2004;36:315–322.
Carlini EA, Galduróz JC, Noto AR, Carlini CM, Oliveira LG, Nappo SA. II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país – 2005. São Paulo: Páginas & Letras; 2007.
Pechansky F, Kessler FHP, Diemen LV, Bumaguin B, Surrat HL, Inciarti JA. Brazilian female crack users show elevated serum aluminum levels. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2007; 29(1): 39-42.
Feeney CM, Briggs S. Crack hands: a dermatologic effect of smoking crack cocaine. Cutis. 1992; 50:193-4.
Chaves TV, Sanchez ZM, Ribeiro LA, Nappo SA. Fissura por crack: comportamentos e estratégias de controle de usuários e ex-usuários. Rev de Saúde Pública, 2011 Dec; 45(6):1168-75.
Perlman DC, Henman AR, Kochems L, Paone D, Salomon N, Jarlais DC. Doing a shotgun: a drug practice and its relationship to sexual behaviors and infection risk. Soc Sci Med. 1999;48:1441-8.