Resumo
Nesta pesquisa situamos as Residências Multiprofissionais em Saúde como tecnologias de formação para o Sistema Único de Saúde e descrevemos o contexto do programa de residência de onde falamos. Caracterizamos o papel dos preceptores e, a partir da bibliografia já produzida, definimos o objetivo do estudo com relação à necessidade de qualificar a formação dos trabalhadores que exercem a preceptoria. Buscamos conhecer através de grupo focal o que os preceptores consideram que poderia contribuir para suas formações. Os resultados da pesquisa foram categorizados como parte da análise temática e o agrupamento dos núcleos de sentido produziu três categorias principais: a primeira categoria abarca as percepções de que as iniciativas de formação para conhecer e reconhecer os programas de residência devem ser voltadas para todos os trabalhadores da instituição. A segunda categoria é referente às iniciativas de formação voltadas para os preceptores em específico e contém sugestões de iniciativas consideradas potentes pelos participantes da pesquisa. Por fim, a terceira categoria expõe questões institucionais que sobrecarregam e desgastam esses profissionais e, por isso, se sobrepõem a qualquer formação possível. Discutimos que o fundamental, no contexto atual, parece ser priorizar maior apoio institucional para não de-formar a ação dos preceptores, que apresentam sentimentos de desvalorização, desgaste e solidão frente à postura da instituição.Referências
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