Resumo
Assistimos na primeira década do século XXI uma resignificação dos sentidos atribuídos ao ser “homem” e também ao ser “pai”, sendo estes atualmente reconhecidos não apenas como provedores do sustento material e financeiro, mas como aptos a desempenhar tarefas e atividades antes identificadas como pertencentes ao universo feminino. Cada vez mais a paternidade deixa de ser apenas um dever a ser cumprido, passando a ser considerada um direito a ser exercido pelos homens. O objetivo desse trabalho é apresentar o processo de construção de um ensaio fotográfico intitulado “Qualé Papai! Um outro olhar sobre paternidade na adolescência” e analisar o potencial do mesmo para criação de espaços críticos reflexivos para o diálogo sobre a temática. O estudo foi realizado em uma área periférica Belo Horizonte-MG, denominada Vila Cafezal. Ao final do processo foram escolhidas 16 fotos, para compor a mostra fotográfica. Faz parte também da exposição um mural de fotos em preto e branco com imagens sobrepostas por fragmentos das falas retirados das entrevistas realizadas com os pais. A exposição percorreu espaços públicos no município de Belo Horizonte com grande presença de adolescentes, seguidas de rodas de conversa e debates com os jovens. A análise do processo de construção do ensaio fotográfico “Qualé Papai!” e o discurso dos adolescentes apontam para o potencial do uso da fotografia no âmbito da Saúde Coletiva, revelando tratar-se de um importante dispositivo capaz de disparar processos de significação e produção de sentido, indispensáveis para as práticas de promoção, educação e comunicação em saúde.