Resumo
Este artigo procura discutir o processo
e tecnologias de trabalho na saúde, tendo
como pressuposto o seu caráter imaterial,
e a centralidade do trabalho vivo nos atos
produtivos, associado ao modelo tecnológico,
que supõe o uso das tecnologias duras, leveduras
e leves. Adota a ideia segundo a qual há
uma dimensão subjetiva nos atos produtivos
do cuidado, potencializada pela constatação de
que o trabalho em saúde se dá sempre em um
encontro, mediado por certa ética do cuidado.
Sendo assim o elemento humano é central,
garante o caráter produtor do cuidado, isto
é, o modelo assistencial não se configura por
uma determinação, um fora que se institui, mas
por atos de produção imanentes ao próprio
processo, gerados pelos trabalhadores em
relação. A mudança no trabalho resulta em um
processo de reestruturação produtiva, que por
sua vez pode levar ou não a uma ruptura com
o modelo atual. O que configura a mudança no
modelo produtivo do cuidado é uma inversão
no núcleo tecnológico dos processos de
trabalho, que seja capaz de operar uma inversão
nas tecnologias de trabalho, com centralidade
1 Prof. Dr. da Universidade Federal Fluminense
2 Professor Titular da Universidade Federal do Rio de
Janeiro
para o trabalho vivo e o uso predominante das
tecnologias relacionais.